Category Archives: 63 – Eu – Európio

Elements songs

Em 1959, Tom Lehrer decidiu cantar o nome de todos os 101 elementos químicos conhecidos até então, sobre a melodia da música “I Am The Very Model Of A Modern Major-General (The Major-Generals Song)”, da “opera buffa” The Pirates of Penzance, composta por Sir Arthur Sullivan em 1879. Segue abaixo a gravação original de Lehrer, seguida de uma apresentação mais recente da música original de Sullivan:

The element song (Tom Lehrer 1959)

There’s antimony, arsenic, aluminum, selenium,

And hydrogen and oxygen and nitrogen and rhenium,

And nickel, neodymium, neptunium, germanium,

And iron, americium, ruthenium, uranium,

Europium, zirconium, lutetium, vanadium,

And lanthanum and osmium and astatine and radium,

And gold and protactinium and indium and gallium, (gasp)

And iodine and thorium and thulium and thallium.

There’s yttrium, ytterbium, actinium, rubidium,

And boron, gadolinium, niobium, iridium,

And strontium and silicon and silver and samarium,

And bismuth, bromine, lithium, beryllium, and barium.

There’s holmium and helium and hafnium and erbium,

And phosphorus and francium and fluorine and terbium,

And manganese and mercury, molybdenum, magnesium,

Dysprosium and scandium and cerium and cesium.

And lead, praseodymium and platinum, plutonium,

Palladium, promethium, potassium, polonium,

And tantalum, technetium, titanium, tellurium, (gasp)

And cadmium and calcium and chromium and curium.

There’s sulfur, californium and fermium, berkelium,

And also mendelevium, einsteinium, nobelium,

And argon, krypton, neon, radon, xenon, zinc and rhodium,

And chlorine, carbon, cobalt, copper, tungsten, tin and sodium.

These are the only ones of which the news has come to Harvard,

And there may be many others but they haven’t been discovered.

I am the very model of a modern major-general

Gilbert and Sullivan’s raucous operatic tale is captured in all its fun and glory in this production, recorded live at Central Park’s Delacorte Theater.

Como complemento, segue abaixo uma gravação de Lehrer cantando a música em uma apresentação em Copenhagen (Dinamarca), em 1967:

Tom Lehrer – The elements (Copenhagen 1967)

The melody to The Elements is I Am The Very Model Of A Modern Major-General (The Major-Generals Song) from the opera buffa The Pirates of Penzance. It was composed by Sir Arthur Sullivan, and it was first premiered in New York on December 31st 1879. The original libretto for the opera was written by Sir William Schwenck Gilbert. Recording date: September 5th 1967 Location: Falkonercenteret, Copenhagen, Denmark Format: Most probably Ampex Quadruplex PAL 4:3 Status: A rare recording indeed Storage: Most probably Sony Digital Betacam and in a digital format Production and preservation: Danmarks Radio (DR) in Denmark More HERE:

Apresento a versão abaixo pela qualidade das imagens representando os elementos:

The Elements Song

spicytito15

Mais recentemente, Dennis Nowicki regravou a música de Lehrer, em andamento bem mais lento, e atualizando-a para os 118 elementos atualmente conhecidos:

Periodic Table of Elements Song – All 118 Elements

Satirist Tom Lehrer’s Elements song updated to the current 118 Elements. It’s a bit slower to help with easier memorization, and humbly performed by Dennis Nowicki.

There’s antimony, arsenic, aluminum, selenium,

and hydrogen, and oxygen, and nitrogen, and rhenium,

and nickel, neodymium, neptunium, germanium,

and iron, americium, ruthenium, uranium,

Europium, zirconium, lutecium, vanadium,

and lanthanum, and osmium, and astatine, and radium

and gold, protactinium, and indium, and gallium,

and iodine, and thorium, and thulium, and thallium.

There’s yttrium, ytterbium, actinium, rubidium

and boron, gadolinium, niobium, iridium,

and strontium, and silicon, and silver, and samarium,

and bismuth, bromine, lithium, beryllium, and barium.

There’s holmium, and helium, and hafnium, and erbium,

and phosphorus, and francium, and fluorine, and terbium,

and manganese, and mercury, molybdenum, magnesium,

dysprosium, and scandium, and cerium, and cesium,

and lead, praseodymium, and platinum, plutonium,

palladium, promethium, potassium, polonium,

and tantalum, technetium, titanium, tellurium,

and cadmium, and calcium, and chromium, and curium.

There’s sulfur, californium, and fermium, berkelium,

and also mendelevium, einsteinium, and nobelium,

and argon, krypton, neon, radon, xenon, zinc, and rhodium,

and chlorine, carbon, cobalt, copper, tungsten, tin, and sodium.

There’s seaborgium, meitnerium, nihonium, and bohrium,

and hassium, lawrencium, dubnium, livermorium,

tennessine, oganneson, copernicium, flerovium,

Rutherfordium, darmstadtium, roentgenium, moscovium.

118 elements, I think we’ve got these covered

But, who knows, there may still be more that are yet undiscovered.

Em 2013, o canal ASAP Science publicou uma nova música, dessa vez listando os elementos por ordem crescente de número atômico, sobre um acompanhamento de Can Can. Segue abaixo a versão original, e dois vídeos particularmente bem ilustrados (por Andy Tsang e Engineered Labs):

The New Periodic Table Song

AsapSCIENCE – Tema

2013

The Most Colorful (and Cute) Periodic Table (ASAPSCIENCE Song in 2021)

Andy Tsang

The Periodic Table Song with real elements

Engineered Labs

Encontrei no canal KLT uma música impressionante de mais de 47 minutos, na qual cada elemento se apresenta brevemente em forma de rap cantado:

Periodic Table of Elements Song

KLT

Também fiquei bem impressionado com esta música de David Newman, que lista todos os elementos em ordem crescente de número atômico:

These Are The Elements (Periodic Table Song, in order)

David Newman

2011

E por fim, seguem abaixo a versão original (gravada no disco Here Comes Science, de 2009) e uma versão acústica (gravada em 2010) da música “Meet the Elements”, da banda They Might Be Giants:

They Might Be Giants – Meet The Elements (oficial TMBG video)

TMBGkids

Meet The Elements (Acoustic Version) – They Might Be Giants 26 June 2010

astralbee

Jogos químicos

Educational Card Game about Radioactive Decay in Atoms

Top 5 Board Games About Chemistry

How to Play Valence

How to Play Periodic

How To Play – Covalence: A Molecule Building Card Game (by John Coveyou)

Ion: A Compound Building Game – A Science Game on the Chemistry of Ions and Neutral Compounds

Festas químicas

Chemical Dance Party 2014

LSU Skit: Chemical Dance Party

Chemical Party Extended Widescreen

Chemical Party in Dresden

Chemical Party

Chemical Party (2º ano Dom Bosco)

Chemical Party

Chemical Party

CHEMICAL PARTY

QuímicArte

Periodic Tales: The Art of the Elements

ELEMENTS : THE BEAUTY OF CHEMISTRY

Highlights of the launch of ELEMENTS : THE BEAUTY OF CHEMISTRY exhibition in SCIENCE GALLERY, Trinity College Dublin in July 2011

Beautiful Elements – Periodic Table of Videos

These portraits of elements are an exhibit was part of “The Elements” exhibition at Science Gallery, Dublin, Ireland. Included are Mercury, Iron, Gold, Platinum, Uranium, Calcium, Carbon, Silicon, Radium, Arsenic, Cobalt, Argon, Copper and Lead.

Irish Elements – Periodic Table of Videos

We visit a display of elements in Dublin, Ireland, including some quirky periodic tables. Our own Irishman, Darren Walsh, pays a visit to the Science Gallery.

Elementos químicos mencionados até 10 vezes na Folha de Sp até 31/01/2018

Elementos que nunca foram mencionados até 31/12/18

  • [67 – Ho – Hólmio]
  • [85 – At – Astato]
  • [91 – Pa – Proactínio]
  • [93 – Np – Netúnio]
  • [97 – Bk – Berquélio]
  • [102 – No – Nobélio]
  • [107 – Bh – Bóhrio]
  • [108 – Hs – Hássio]
  • [109 – Mt – Meitnério]
  • [111 – Rg – Roentgênio]
  • [113 – Nh – Nihônio]
  • [114 – Fl – Fleróvio]
  • [115 – Mc – Moscóvio]
  • [117 – Ts – Tenessino]

Elementos mencionados no máximo 10 vezes até 31/12/18


Metais e a falsificação de dinheiro

“Ao longo de diferentes séculos, gado, especiarias, dentes de golfinho, sal, grãos de cacau, cigarros, patas de besouros e tulipas já foram usados como dinheiro, e nenhuma dessas moedas pôde ser falsificada de maneira convincente. Os metais são mais fáceis de ser falsificados. Metais de transição, em especial, têm composições químicas e densidades parecidas, por conta de suas estruturas de elétrons semelhantes, e podem se misturar e substituir uns aos outros em amálgamas. Diferentes combinações de metais preciosos e outros nem tão preciosos vêm enganando as pessoas há milênios. […]

[Por volta de 600 a.C.], o primeiro dinheiro, moedas feitas de uma liga natural de ouro e prata chamada eletro, surgiu na Lídia, na Ásia Menor. Pouco tempo depois, outro antigo governante dono de riquezas fabulosas, o rei Creso da Lídia, descobriu como depurar o eletro em moedas de ouro e prata, estabelecendo no processo um verdadeiro sistema de moeda corrente. Alguns anos depois da proeza de Creso, em 540 a.C., o rei Polícrates, da ilha grega de Samos, começou a comprar seus inimigos de Esparta com pedaços de chumbo folheados a ouro. Desde então, os falsificadores têm usado elementos como chumbo, cobre, estanho e ferro da mesma forma que donos de bares usam água nos barris de cerveja – para fazer o dinheiro render um pouco mais.

Hoje em dia a falsificação é considerada um caso inequívoco de fraude, mas durante a maior parte da história a moeda corrente de metais preciosos de um reino estava tão ligada à sua saúde financeira que os reis consideravam a falsificação um crime capital – traição. Os condenados por essa traição estavam sujeitos a enforcamento ou coisa pior ainda. […] De qualquer forma, muitas mentes brilhantes foram empregadas para frustrar esses criminosos e elaborar algo que se assemelhasse a uma moeda corrente infalível.

Por exemplo, muito depois de ter deduzido as leis do cálculo e de elaborar sua monumental teoria da gravidade, nos últimos anos da década de 1600, Isaac Newton se tornou diretor da Real Casa da Moeda da Inglaterra. Com pouco mais de 50 anos, Newton só desejava um lugar no governo com um bom salário, mas diga-se a seu favor que ele não tratou o cargo como uma sinecura. Falsificações – principalmente “aparar” moedas lixando as bordas para derreter as sobras e fazer outras moedas – eram algo endêmico nas partes mais pobres de Londres. Newton se envolveu pessoalmente com espiões, desqualificados, bêbados e ladrões – um envolvimento que ele apreciava bastante. Cristão devoto, Newton processava os malfeitores que conseguia apanhar com a ira de Deus do Velho Testamento, recusando apelos por clemência. Chegou a decretar que um notório e esquivo “moedeiro”, William Chaloner – que durante anos acusara Newton de fraudes na casa da moeda –, fosse enforcado e eviscerado publicamente.

A falsificação de moedas dominou a gestão de Newton, mas pouco depois de sua aposentadoria o sistema financeiro do mundo enfrentava novas ameaças com a falsificação de papel-moeda. Um imperador mongol da China, Kublai Khan, introduziu o papel-moeda em seu reino nos anos 1200. A novidade logo se espalhou, primeiro na Ásia – em parte porque Kublai Khan executava qualquer um que se recusasse a utilizá-lo –, e de forma intermitente na Europa. Contudo, quando o Banco da Inglaterra começou a emitir notas de papel, em 1694, as vantagens do papel-moeda já eram óbvias. Os minérios usados para fabricar moedas eram caros, as próprias moedas eram incômodas, e as riquezas em que se baseavam dependiam demais de recursos minerais distribuídos de forma desigual. Além disso, como o conhecimento da manipulação de metais foi se difundindo, ficou mais fácil para as pessoas falsificarem moedas do que papel-moeda. (Hoje a situação se inverteu. Qualquer um com uma impressora laser pode fazer uma nota de vinte dólares apresentável. Você conhece alguém capaz de fazer uma moeda passável, mesmo que tal coisa valesse a pena?)

Se a química fácil das ligas usadas em moedas de metal outrora favoreceu os vigaristas, na era do papel-moeda as propriedades únicas de metais como o európio ajudam os governos a combater a falsificação. Tudo remete à composição do európio, em especial os movimentos dos elétrons em seus átomos. […] O európio […] e seus irmãos lantanídeos não absorvem luz ou calor de forma eficiente (outra razão por que os químicos tiveram problema para identificá-los por tanto tempo). Mas no mundo atômico a luz é uma moeda internacional, resgatável de muitas formas, e os lantanídeos podem emitir luz de outra forma que não pela simples absorção. Isso é chamado de fluorescência, que a maioria conhece por causa da luz negra ou de cartazes psicodélicos. Em geral, emissões de luz normais envolvem apenas elétrons, mas a fluorescência envolve moléculas inteiras. E enquanto os elétrons absorvem e emitem luz da mesma cor (entra amarelo, sai amarelo), as moléculas fluorescentes absorvem luz da alta energia (luz ultravioleta), mas emitem essa energia como baixa energia, como luz visível. Dependendo daquilo a que sua molécula estiver ligada, o európio pode emitir luz vermelha, verde ou azul.

Essa versatilidade é um bicho-papão para os falsificadores e faz do európio uma grande ferramenta contra a falsificação. A União Europeia, aliás, usa o elemento que leva seu nome na tinta de suas notas de papel. Para preparar a tinta, os químicos do Tesouro misturam uma tinta fluorescente com íons de európio, que se prendem a uma das pontas das moléculas de tinta. (Ninguém sabe realmente quais são essas tinturas, pois consta que a União Europeia tornou sua pesquisa ilegal. Os químicos cumpridores da lei só podem especular.) Apesar do sigilo, os químicos sabem que as tinturas de európio consistem em duas partes. A primeira é a receptora, ou antena, que forma o corpo principal da molécula. A antena capta a energia luminosa recebida, que o európio não consegue absorver; transforma-a em energia vibradora, que o európio consegue absorver; e infiltra essa energia até a ponta da molécula. É lá que o európio agita seus elétrons, que saltam para níveis de energia mais alta. Mas pouco antes de o elétron saltar, cair e emitir, uma pequena parte da onda de energia recebida “rebate” e volta para a antena. Isso não aconteceria com átomos isolados de európio, mas aqui a parte mais volumosa da molécula abafa e dissipa a energia. Por conta dessa perda, quando caem novamente, os elétrons produzem luz de baixa energia.

E por que essa alteração é útil? As tinturas fluorescentes são selecionadas de forma que o európio pareça opaco sob a luz visível, e um falsificador pode ser levado a pensar que está de posse de uma réplica perfeita. Mas se pusermos uma nota de euro sob um laser especial, a luz vai
“atiçar a tinta invisível. O papel em si fica preto, mas pequenas fibras orientadas aleatoriamente contendo európio aparecem como constelações multicoloridas. O desenho do mapa da Europa nas notas ganha um brilho verde, como se visto por alienígenas do espaço. Uma grinalda pastel de estrelas ganha uma coroa vermelha e amarela, e monumentos, assinaturas e selos ocultos brilham em azul-marinho. Os funcionários do governo reconhecem falsificações simplesmente procurando notas que não mostram todos esses sinais.

Então, na verdade existem dois euros em cada cédula: o que vemos no dia a dia e um segundo euro escondido mapeado em cima do primeiro – um código embutido. É um efeito muito difícil de falsificar sem uma formação profissional, e as tinturas de európio, junto com outros aspectos de segurança, fazem do euro o modelo mais sofisticado de papel-moeda já projetado. Por certo as cédulas de euro não estão isentas a falsificação: talvez isso seja impossível enquanto as pessoas gostarem de portar dinheiro vivo. Mas na longa batalha da tabela periódica para reduzir essa ação, o európio ganhou um lugar entre os mais preciosos metais.

Fonte: KEAN, San. 2010. The disappearing spoon: and other true tales of madness, love, and the history of the world from the periodic table of the elements. New York: Back Bay Books, pp.222-32. [a partir da tradução de Claudio Carina]